O QUE TEM FEITO COM O TEMPO QUE LHE TRAZ ANGÚSTIA?
- Marlene Laia
- 5 de fev.
- 2 min de leitura
“O real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia”. Guimarães Rosa
Quantas vezes não nos deparamos em uma reunião familiar ou social silenciosa, de olhares regalados, pensamento acelerado, mas, muitas palavras silenciadas, não ditas. Há um exercício constante do rolar as telas, passa uma, duas, três horas e os olhos inertes sequer piscam. A mente não dá conta e numa estafa pede descanso, mas os corpos cheios ainda de angústia pede mais 5 minutos de “feeds”.
A história é fictícia, porém, sua ocorrência é cada vez maior no nosso meio. A busca frenética por ocupar-se com qualquer coisa pode também ser um disfarce de uma recusa de pensar em si, nas suas emoções e sentimentos. Até mesmo ausentar-se da própria vida, um desejo intenso de fuga de si. Em alguns casos além da sensação de medo a pessoa pode apresentar sintomas orgânicos como taquicardia, tremores, etc..
O corpo fala o tempo todo do seu mal-estar, da sua angústia, dos seus medos. Mas refletindo sobre esse rolar das “telas”, será que podemos pensar para além de um disfarce? Talvez, um desprezo camuflado de “nada”, nada acontece na superfície, que pode estar mascarando o medo, o sentimento de solidão e de falta de sentido da vida. Esse é o preço que pagamos, quanto mais afastamos de nós mesmos,quanto mais deixamos de pensar em nossa vida, maior o sentimento de angústia. Sair desse transe é um processo e que na maioria das vezes ecoa como um grito de ajuda. Preenchemos nosso tempo com as "telas" e nos esvaziamos de nós.
A reconexão consigo é também a busca pelo autoconhecimento. Uma caminhada na qual estarei de mãos dadas com você. E eu lhe pergunto: o que tem feito com a sua travessia? Com o seu tempo? Que você possa olhar para essas questões dentro de um processo psicoterapêutico!
Marlene Laia
Psicóloga Clínica
CRP 04/39.457
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