INSUFICIENTE!
- Marlene Laia
- 5 de fev.
- 2 min de leitura
“Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro. Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro”. Belchior
Tem chegado na clínica constantemente a queixa das pessoas se sentirem insuficientes nos relacionamentos. O que elas dizem, tem muito a ver, com uma certa incapacidade de atender às expectativas do outro, seja na vida profissional, familiar ou amorosa. Há um “eu não sou interessante”, “não tenho capacidade para esse serviço ou tarefa”, “não sou atraente”, “não sou inteligente”, “tenho sempre comigo um sentimento de ser insuficiente”.
Não ser o bastante é um peso indefinível! E mesmo que se esforcem e faça tudo que podem o relacionamento termina, o emprego parece não dar o retorno, a vida social tem sempre algo que lhe faz oposição. Há uma carga de sofrimento que permeia as relações sempre indicando um fracasso. Há sempre uma narrativa de repetição onde revivem a insuficiência em algum campo da sua vida.
Na maioria dos casos são pessoas que dão tudo de si nas relações. Pessoas inteiras, autênticas, que entregam tudo, são dispostas e intensas. Muitas vezes são as pessoas das quais elas se relacionaram que não se abriram o suficiente para o relacionamento, e não o contrário.
Muito dessa intensidade vivida, ou seja, entregar tudo ao outro tão rápido é apenas uma via de expressão do medo de ser abandonada (o), da solidão e de não ser aceita (o) ou reconhecida (o). É como se fosse: "deixa eu viver tudo agora porque pode não dar certo de novo". Em meio à sensação de perda surgem os sintomas orgânicos. Uma forma para que a impossibilidade de “não ser” encontre a via do corpo. Uma saída para que uma possibilidade surja, mesmo que dolorosa. Ele, o corpo, sempre vai gritar o sentimento de inadequação e da própria capacidades silenciadas, um dia.
Mas, esse é só um olhar, um ângulo das diversas possibilidades que alguém pode trazer no consultório. Ao identificar-se em sofrimento psíquico busque ajuda de uma psicóloga, psicoterapia pode transformar sua vida!
Marlene Laia
Psicóloga Clínica
CRP 04/39.457
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